Às vezes, saber o peso já pode ser suficiente!
Nem sempre a composição corporal importa, e eu vou te explicar por quê.
Sabe-se que a composição corporal é muito mais importante do que o peso na balança, tanto é que, este ano, o diagnóstico de obesidade passou por uma atualização importante: agora, ela é classificada em Obesidade Pré-Clínica e Clínica.
Antes, o diagnóstico se baseava exclusivamente no Índice de Massa Corporal (IMC). Hoje, além do IMC, também são considerados outros critérios, como medidas antropométricas (Relação Cintura-Quadril, Relação Cintura-Estatura e a quantidade de gordura corporal) e critérios clínicos, como a presença de disfunções em órgãos ou tecidos e limitações físicas.
Uma das variáveis mais utilizadas no processo de emagrecimento, sem dúvidas, é o peso corporal. No entanto, muitas vezes essa variável é leva em consideração sem a mensuração da massa muscular e da gordura corporal. Isso acaba gerando críticas ao acompanhamento de pessoas que precisam emagrecer, já que o número na balança, sozinho, não reflete as mudanças na composição corporal.
*Lembrando que emagrecer é diferente de perder peso.
Emagrecer = reduzir gordura corporal;
Perder peso = reduzir peso na balança, independentemente se gordura ou massa muscular.
Atualmente, a análise da composição corporal é cada vez mais requisitada, não apenas pelos profissionais de saúde, mas também pelos próprios pacientes/clientes, que demonstram um interesse crescente em entender melhor o que acontece com o seu corpo.
Isso fez com que muitos profissionais buscassem se especializar ainda mais e investissem em equipamentos para avaliação da composição corporal, como a Bioimpedância, por exemplo, um dos equipamentos mais utilizados em consultório. (Vale lembrar: nem sempre o equipamento mais caro é o melhor, mas esse é um assunto para outra newsletter!).
Obesidade e emagrecimento
Analisar a composição corporal é importante, mas nem sempre é necessário, e sua relevância pode variar bastante de pessoa para pessoa.
Por exemplo, em casos de obesidade em que o objetivo principal é reduzir limitações físicas, como amarrar os sapatos, subir escadas, caminhar ou vestir-se com mais facilidade, ou ainda melhorar quadros de hipertensão, azia e refluxo, a avaliação da composição corporal não é imprescindível. Isso porque já sabemos que a perda de peso, por si só, contribui significativamente para a melhora dessas condições.
Além disso, com a prática clínica e até visualmente, conseguimos identificar um excesso de gordura corporal associado a uma menor quantidade de massa muscular. Realizar uma análise mais detalhada da composição, nesse momento, não alteraria a conduta nutricional e ainda poderia gerar constrangimento, dificultando a adesão ao tratamento.
Recomposição corporal e hipertrofia
Nesses casos, a análise da composição corporal se torna importante, especialmente porque o peso corporal tende a apresentar pouca variação, principalmente quando o objetivo é a recomposição corporal (ganho de massa muscular e redução de gordura).
Acompanhando as mudanças na composição, conseguimos avaliar se o plano alimentar e o treinamento estão adequados, além de investigar outras variáveis que possam estar influenciando os resultados. Por isso, afirmar que a análise da composição corporal é essencial para todos não faz sentido.
Antes, é preciso refletir sobre algumas perguntas importantes (que poucos profissionais fazem):
Quem é a pessoa que estou atendendo?
Ela se sente confortável em realizar a avaliação física?
Como ela receberá o resultado: com motivação ou desmotivação?
Qual é o objetivo dessa avaliação?
Saber a composição corporal em detalhes vai mudar a estratégia do tratamento?
Qual método de avaliação é mais adequado para essa pessoa?
Será que uma avaliação completa é realmente necessária neste momento?
Quando o tratamento é individualizado, o profissional personaliza e adapta as estratégias às necessidades e características do paciente, em vez de seguir um protocolo padronizado e rígido. Isso não só aumenta as chances de sucesso, como também respeita e acolhe quem está em busca de mudança.
É exatamente assim que conduzo minha prática como nutricionista: cada pessoa que chega até mim carrega uma história única. Minhas estratégias nutricionais sempre levam em conta a trajetória, a rotina, as preferências e os objetivos de cada um, priorizando um acompanhamento humano, respeitoso e realista.
Se você quiser saber mais sobre minha forma de trabalho, no meu Instagram (@nutrianarigo) diariamente mostro minha rotina e os resultados dos meus pacientes. Será um prazer te ter lá!
Até semana que vem.
Nutricionista Ana Eloísa Rigo, CRN2 15742.